O sistema judiciário brasileiro é considerado por muitos como um sistema moroso e extremamente dispendioso, e os fatores para isso são muitos.
Em maio de 2018 o Brasil foi considerado o terceiro país do mundo com mais advogados em números absolutos – praticamente 1 milhão. Está somente atrás da líder Índia (2 milhões) e dos EUA, na vice-liderança, com 1,3 milhão. Temos mais cursos de Direito do que China, Estados Unidos e todas as nações da Europa somadas. E seguimos autorizando a abertura de mais cursos em todo o país.
Só em 2015, ganhou-se 105.317 novos bacharéis em direito, ultrapassando a marca de um milhão de advogados. Indiscutivelmente é uma área saturada, quiçá a com a maior quantidade de graduados.
Proporcionalmente ao PIB de cada país, o Poder Judiciário Brasileiro, um dos mais caros do planeta, custa 4 vezes o da Alemanha, ostentando ainda números de 2016 como:
6.000 processos por juiz;
1 processo para cada 2 habitantes;
1.700 novos processos por juiz por ano;
Em 28/02/2018, Luiz Fernando Ribas Carli Filho (35) foi condenado a mais de 9 anos de reclusão pela morte de 2 pessoas ocorridas a mais de 8 anos antes. Em 07/05/2009, quando Luiz Fernando cumpria sua 1ª legislatura como deputado estadual pelo Paraná, embriagado e dirigindo a cerca de 190 km/h se envolveu num acidente de trânsito que culminou com a morte de Gilmar Rafael Yared (26) e Carlos Murilo de Almeida (20).
Segundo o CNJ, o Poder Judiciário encerrou o ano de 2018 com 78,7 milhões de processos em curso, que em média levam 7 anos para solução definitiva. Ocorre que, como se diz, Justiça que tarda é Justiça que falha.
Brasil ocupa a 85ª posição no ranking de efetividade da justiça criminal de um total de 113 paises pesquisados segundo dados publicados em 31/01/2018.
Em 26/01/2018 a tragédia da Boate Kiss completa 5 anos sem que o Judiciário tenha responsabilizado ou punido alguém para indiguinação das famílias dos 242 falecidos, e 636 feridos.
Em 23/05/2017 Paulo Maluf foi condenado pelo STF a cumprir pena de reclusão de mais de 7 anos além de multa, pelo crime de desvio e lavagem de dinheiro em obras superfaturados entre os anos de 1993 e 1997. O crime de corrupção nem ao menos foi julgado por estar prescrito causando indignação aos paulistas e paulistanos. O processo foi admitido no STF em 2011.
O juiz federal, professor adjunto da Faculdade de Direito da UFMG e pós-doutor pela Universidade de Michigan, Carlos Haddad publicou um artigo "Sistema de Justiça criminal: construído para não funcionar" onde faz algumas observações muito interessantes a respeito do Judiciário Brasileiro.